quarta-feira, 16 de março de 2011
A Situação Alemã no pós -I Guerra Mundial
A 1ª Guerra Mundial deixou a Alemanha à beira da ruína. Para além das perdas humanas, os gastos na guerra, a desvalorização do marco, a inflação e o desemprego lançam o país numa imensa crise económica.
Mas a Alemanha sofre também de uma crise moral devido à derrota e à humilhação imposta pelo Tratado de Versalhes que obrigou a Alemanha a pagar indemnizações aos países vencedores. A Alemanha vê-se humilhada internacionalmente e o povo alemão sente-se com o orgulho ferido.
A grande depressão de 1929 vem agravar a situação: EUA retiram os capitais depositados nos bancos alemães, levando-os à falência. As empresas dependentes desses bancos também vão à falência agravando a miséria e o desemprego. As classes mais favorecidas temiam as reivindicações e os protestos dos operários que punha em perigo a ordem e a propriedade privada, levando à efervescência revolucionária animada pela revolução russa e começam a ver nos regimes autoritários um mal passageiro mas a também a única possibilidade de impor a ordem.
Caricatura Alemanha Despojada, 1920
Quadro O Desempregado, 1923
Nazismo: Sistema político instaurado por Hitler na Alemanha a partir de 1933. Para além de perfilhar os princípios ideológicos do fascismo, distinguiu-se pelo racismo violento, fundamentando-o numa suposta superioridade biológica e espiritual do povo ariano, ao qual pertencem os alemães.
A Propaganda Nazi
O nazismo apoia-se nas massas daí todas as manifestações de massas serem incentivadas para mostrar a força e o poderio militar contra a situação real de fragilidade da Alemanha.
A propaganda, que é uma autêntica “arte da sedução”, faz apelo à psicologia das massas através da grandiosidade, do esplendor (florestas de bandeiras, colunas humanas, o jogo de luzes) e dos movimentos dos soldados que acompanham o ritmo das marchas. Esta arte da sedução e o tom do discurso exaltado levava ao fanatismo até à histeria como se hipnotizasse a assistência.
As cerimónias públicas destacam-se pela ordem nos alinhamentos, pela simetria e pela regularidade. Esta imagem corresponde a um mundo ficcional criado pelo chefe e oposto ao real. Era a imagem do mundo que Hitler gostaria de criar. Um mundo organizado, coerente, lógico, oposto ao real feito de caos e de desorganização. Aqui, cada um sabe onde pertence, quem é e o que tem a fazer. O êxito da propaganda consiste no facto de que ela permite superar o mundo real onde o homem se sente perdido, isolado, não sabe onde pertence nem o que há-de fazer, onde ninguém consegue viver e no entanto é obrigado a continuar a existir. Aqui ninguém está fora do lugar nem isolado mas integrado numa multidão, cada qual está no lugar apropriado, onde lhe compete, ninguém se sente perdido.
Aqui não há indivíduo, há massas humanas, o indivíduo dilui-se no todo, está subordinado ao todo, ao Estado. Todos marcha em conjunto, criando-se uma alma colectiva, e suprime-se o que é diferente e oposto. Só quem está dentro do Estado tem lugar neste mundo, acabando-se com os sindicatos, com os partidos políticos e com a oposição.
Num plano superior está o chefe, é um ser superior, um homem excepcional, um super-homem que não está no mesmo plano que os humanos. É o guia que tudo sabe, a quem se deve obediência cega, que nunca se engana, que tem certezas e por isso aponta o caminho a seguir e dá a conhecer o mundo que quer criar, é o salvador na nação.
A adesão das pessoas não se faz tanto pela razão, Hitler faz antes apelo aos instintos, dá voz à revolta que sabe existir no povo. Os argumentos que são fracos e não são explicados, são repetidos como verdades absolutas levando a assistência a pensar que sempre tinha defendido aquilo.
Anti-semitismo: hostilidade aos judeus. Identificação do povo judeu como raça inferior e destruidora, contraponto da raça superior e produtora, simbolizada pelo povo ariano
O Povo e a Raça
O que hoje se apresenta a nós em matéria de cultura humana é quase exclusivamente produto da criação dos Arianos*. É sobre tal facto que devemos apoiar a conclusão de terem sido eles os únicos fundadores de uma humanidade superior e representarem assim, o tipo primitivo daquilo que entendemos por homem. [...] Exclua-se ele e, talvez depois de poucos milénios, descerão mais uma vez as trevas sobre a Terra.; a civilização humana chegará ao seu termo e o mundo tornar-se-á um deserto!
Os judeus é que apresentam um acentuado contraste com o Ariano, ele passa hoje por inteligente mas a sua compreensão não é produto de evolução própria, mas de pura imitação. O povo judeu, apesar das suas aparentes aptidões intelectuais, permanece sem nenhuma cultura verdadeira e, sobretudo, sem cultura própria. Ele não satisfaz a condição prévia mais essencial para ser um povo civilizador: não tem idealismo. É e será sempre um parasita típico, um bicho que, tal como um micróbio nocivo, se propaga cada vez mais, assim que se encontram em condições propícias. O povo que o hospeda vai-se exterminando mais ou menos rapidamente.
Hitler, A Minha Luta, cap. XI:”o povo e a raça”, 1923
* Sem qualquer base científica, os nazis falavam numa raça ariana, superior a qualquer outra, de onde teriam descendido os Germanos.
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