Comemorações do Centenário da República Portuguesa

domingo, 15 de maio de 2011

Ainda a propósito das COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA PORTUGUESA…


Casamento e coroação do Príncipe D. Carlos e da Princesa D. Maria Amélia de Orleães

No dia 6 de Abril, também os alunos do 6º ano recriaram, na sala de teatro e sob a orientação de animadores do ISCEL, a implantação da República e os acontecimentos precedentes. Apanhados de surpresa, trajados à época e sem guião, os alunos representaram cenas em 4 actos, dando vida a personagens como o rei D. Carlos, a rainha D. Amélia, o regicida Manuel Buíça, o tenente Machado dos Santos, o comandante Paiva Couceiro e o deputado Afonso Costa. O público também vivenciou os acontecimentos de forma entusiástica e contagiante, não se cansando de dar vivas à República! No final todos entoaram a Portuguesa.







Foi um verdadeiro quadro de História ao Vivo que proporcionou aos alunos uma oportunidade de vivenciar, de uma forma lúdica, acontecimentos leccionados, contribuindo para estimular o gosto pela História de Portugal.





Professoras Ana Paula Casanova e Ana Cristina Pereira

Nazismo

quarta-feira, 16 de março de 2011

A Situação Alemã no pós -I Guerra Mundial

A 1ª Guerra Mundial deixou a Alemanha à beira da ruína. Para além das perdas humanas, os gastos na guerra, a desvalorização do marco, a inflação e o desemprego lançam o país numa imensa crise económica.
Mas a Alemanha sofre também de uma crise moral devido à derrota e à humilhação imposta pelo Tratado de Versalhes que obrigou a Alemanha a pagar indemnizações aos países vencedores. A Alemanha vê-se humilhada internacionalmente e o povo alemão sente-se com o orgulho ferido.
A grande depressão de 1929 vem agravar a situação: EUA retiram os capitais depositados nos bancos alemães, levando-os à falência. As empresas dependentes desses bancos também vão à falência agravando a miséria e o desemprego. As classes mais favorecidas temiam as reivindicações e os protestos dos operários que punha em perigo a ordem e a propriedade privada, levando à efervescência revolucionária animada pela revolução russa e começam a ver nos regimes autoritários um mal passageiro mas a também a única possibilidade de impor a ordem.


Caricatura Alemanha Despojada, 1920

Quadro O Desempregado, 1923

Nazismo: Sistema político instaurado por Hitler na Alemanha a partir de 1933. Para além de perfilhar os princípios ideológicos do fascismo, distinguiu-se pelo racismo violento, fundamentando-o numa suposta superioridade biológica e espiritual do povo ariano, ao qual pertencem os alemães.




A Propaganda Nazi

O nazismo apoia-se nas massas daí todas as manifestações de massas serem incentivadas para mostrar a força e o poderio militar contra a situação real de fragilidade da Alemanha.
A propaganda, que é uma autêntica “arte da sedução”, faz apelo à psicologia das massas através da grandiosidade, do esplendor (florestas de bandeiras, colunas humanas, o jogo de luzes) e dos movimentos dos soldados que acompanham o ritmo das marchas. Esta arte da sedução e o tom do discurso exaltado levava ao fanatismo até à histeria como se hipnotizasse a assistência.
As cerimónias públicas destacam-se pela ordem nos alinhamentos, pela simetria e pela regularidade. Esta imagem corresponde a um mundo ficcional criado pelo chefe e oposto ao real. Era a imagem do mundo que Hitler gostaria de criar. Um mundo organizado, coerente, lógico, oposto ao real feito de caos e de desorganização. Aqui, cada um sabe onde pertence, quem é e o que tem a fazer. O êxito da propaganda consiste no facto de que ela permite superar o mundo real onde o homem se sente perdido, isolado, não sabe onde pertence nem o que há-de fazer, onde ninguém consegue viver e no entanto é obrigado a continuar a existir. Aqui ninguém está fora do lugar nem isolado mas integrado numa multidão, cada qual está no lugar apropriado, onde lhe compete, ninguém se sente perdido.
Aqui não há indivíduo, há massas humanas, o indivíduo dilui-se no todo, está subordinado ao todo, ao Estado. Todos marcha em conjunto, criando-se uma alma colectiva, e suprime-se o que é diferente e oposto. Só quem está dentro do Estado tem lugar neste mundo, acabando-se com os sindicatos, com os partidos políticos e com a oposição.
Num plano superior está o chefe, é um ser superior, um homem excepcional, um super-homem que não está no mesmo plano que os humanos. É o guia que tudo sabe, a quem se deve obediência cega, que nunca se engana, que tem certezas e por isso aponta o caminho a seguir e dá a conhecer o mundo que quer criar, é o salvador na nação.

A adesão das pessoas não se faz tanto pela razão, Hitler faz antes apelo aos instintos, dá voz à revolta que sabe existir no povo. Os argumentos que são fracos e não são explicados, são repetidos como verdades absolutas levando a assistência a pensar que sempre tinha defendido aquilo.


Anti-semitismo: hostilidade aos judeus. Identificação do povo judeu como raça inferior e destruidora, contraponto da raça superior e produtora, simbolizada pelo povo ariano


O Povo e a Raça

O que hoje se apresenta a nós em matéria de cultura humana é quase exclusivamente produto da criação dos Arianos*. É sobre tal facto que devemos apoiar a conclusão de terem sido eles os únicos fundadores de uma humanidade superior e representarem assim, o tipo primitivo daquilo que entendemos por homem. [...] Exclua-se ele e, talvez depois de poucos milénios, descerão mais uma vez as trevas sobre a Terra.; a civilização humana chegará ao seu termo e o mundo tornar-se-á um deserto!
Os judeus é que apresentam um acentuado contraste com o Ariano, ele passa hoje por inteligente mas a sua compreensão não é produto de evolução própria, mas de pura imitação. O povo judeu, apesar das suas aparentes aptidões intelectuais, permanece sem nenhuma cultura verdadeira e, sobretudo, sem cultura própria. Ele não satisfaz a condição prévia mais essencial para ser um povo civilizador: não tem idealismo. É e será sempre um parasita típico, um bicho que, tal como um micróbio nocivo, se propaga cada vez mais, assim que se encontram em condições propícias. O povo que o hospeda vai-se exterminando mais ou menos rapidamente.
Hitler, A Minha Luta, cap. XI:”o povo e a raça”, 1923

* Sem qualquer base científica, os nazis falavam numa raça ariana, superior a qualquer outra, de onde teriam descendido os Germanos.

Salazarismo

Estado Novo: Regime autoritário, conservador e corporativo que vigorou em Portugal de 1933 a 1974, inspirado na figura do seu fundador -António de Oliveira Salazar. A grande influência de Salazar no regime levou a que este se designasse também por salazarismo.




Cartaz “A lição de Salazar” de Martins Barata, 1938

Nos anos 30, o Estado aspirava a regenerar e a formar os espíritos de acordo com certezas indiscutíveis. A encenação da propaganda ou a “política do espírito” começava de forma simples na sala de aula, nos tempos livres, na assistência à família, nas organizações corporativas profissionais e nas milícias da juventude. Nos comícios, nas paradas e nas exposições, aspirava-se a um quotidiano enquadrado, organizado e vivido no novo espírito do regime de acordo com os seus paradigmas ideológicos.
A educação nacional pretendia criar assim almas pacíficas, disciplinadas e obedientes, qualquer que fosse a sua ocupação.

Valores salazaristas presentes no cartaz
- Deus, Pátria/História, Autoridade, Família, Trabalho/Dever.


O cartaz apresenta o mundo campestre, a família modesta, um mundo social feito de analfabetos com excepção do filho que já estuda. É o sector primário ainda tão forte nos anos 30. Exprime uma sociedade tradicional onde ainda não chegou a revolução industrial. Imóvel, rotineira, sem cultura, tradicional e religiosa. É o contrário da cidade, um mundo cheio de perigos e de tentações, de homens desenraizados porque estão longe da sua terra natal. “Cultivar um pedaço de terra próprio, é o grande inimigo da taberna”, dizia-se. Cavando e cantando se fugia às tentações do mundo citadino.
Aqui não há sobressaltos, agitações nem arruaças sindicais, não há sequer jornais que poderiam trazer ideias nefastas, está tudo na mais perfeita ordem. É a apoteose da calma, da gente pobre mas alegre e conformada ao seu dia-a-dia.


A vida no campo

O Manuel António desde pequenino começou a gostar da vida no campo.[...]
Mais tarde, quando já andava na escola, aproveitava as horas livres para ir fazer companhia ao pai e ajudá-lo nas fainas da lavoura.
Às vezes, na hora da labuta, ouvia a voz do pai a cantar atrás dos bois enquanto o arado ia rasgando a terra. As margaças e o terrunho ainda fresco lançavam no ar tépido aromas sadios; e nessas ocasiões o Manuel António, extasiado e pondo os olhos no pai, sentia crescer lá dentro de si uma grande vontade de ser lavrador.

Quando chegou à idade, foi para soldado. Voltou à sua terra cheio de saudades do pai, dos bois e das lavradas. Casou. Tem hoje um rancho de filhos. Trabalha e é feliz. Na aldeia todos o respeitam.

Livro de Leitura da 3ª classe


A Joaninha

A Joaninha, logo que se levanta, lava-se, penteia-se, veste-se e calça-se.
Quando vai dar os bons dias aos pais, quase sempre a mãe lhe compõe um pouco melhor o laço da cabeça.
Reza as suas orações, almoça e vai para a escola.
Pobrezinha, mas muito lavada, vestido sem nódoas nem rasgões, é um
encanto vê-la, de olhos pretos, pele morena e cabelos lisos.
À tarde, faz os trabalhos indicados pela sua professora e ajuda a mãe nas lidas caseiras. No arranjo da casa é desembaraçada, e já consegue dar beleza às coisas.
Na cozinha faz, quando é preciso, qualquer refeição de que todos gostam.
Depois da ceia, limpa o calçado, arruma na saca tudo o que no dia seguinte há-de levar para a escola, dá as boas noites a todos e, depois de se encomendar a Deus, deita-se e adormece muito sossegadamente.

Livro de Leitura da 3ª classe

Centenário da República

domingo, 16 de janeiro de 2011

A propósito das COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA PORTUGUESA…

Casamento e coroação do Príncipe D. Carlos e da Princesa D. Maria Amélia de Orleães

No dia 16 de Dezembro, alguns dos alunos do 9º e do 12º ano recriaram, na sala de teatro e sob a orientação de animadores do ISCEL, a implantação da República e os acontecimentos precedentes. Apanhados de surpresa, trajados à época e sem guião, os alunos representaram cenas em 4 actos, dando vida a personagens como o rei D. Carlos, a rainha D. Amélia, os príncipes D. Luís Filipe e D. Manuel, o ministro João Franco, o regicída Manuel Buíça, o tenente Machado dos Santos e o deputado Afonso Costa. O público também vivenciou os acontecimentos de forma entusiástica e contagiante, não se cansando de dar vivas à República! No final todos entoaram a Portuguesa.

O Regicídio

Monárquicos e Republicanos na manhã de 5 de Outubro de 1910

Foi um verdadeiro quadro de História ao Vivo que proporcionou aos alunos uma oportunidade de vivenciar, de uma forma lúdica, acontecimentos leccionados, contribuindo para estimular o gosto pela História de Portugal.


Professoras Ana Paula Casanova e Dalila Magalhães